segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Transição Idade Média/Idade Moderna - sec XV + ou -


Transição Idade Média/Idade Moderna – resumo dos fatos históricos

Renascimento Cultural

01 - Conceito - Chamamos de Renascimento Cultural, um movimento artístico-científico de caráter urbano, nos séculos XIV e XV, na Europa.
02 - Características - antropocentrismo: o homem é o centro do universo; humanismo: valorização do ser humano; racionalismo: o homem é capaz de interpretar e conhecer a natureza; naturalismo: o homem deve voltar e valorizar a natureza; hedonismo: prazer individual como o único possível; neoplatonismo: busca uma "aproximação com Deus", por meio da interiorização da busca espiritual, acima de qualquer busca material. O Renascimento Cultural não foi, porém, uma simples cópia da cultura greco-romana, embora  nela se inspirasse , mas uma adaptação desta cultura à cultura européia da época do Renascimento.
03 - Contraposição ao teocentrismo da Idade Média, embora as artes fossem influenciadas pela Igreja.
04 - Mecenas - eram as pessoas que financiavam e pagavam os artistas pelas obras de arte. Exs: comerciantes e papas. A maioria dos artistas do renascimento eram profissionais que viviam de suas atividades.

Grandes Navegações

1) Fatores - os fatores ou, de certa forma, as causas das grandes navegações ou expansão marítima e comercial européia, a partir do século XV, podem ser resumidas em dois. O primeiro foi a tentativa de romper o monopólio comercial das especiarias (produtos de alto valor comercial)das cidades italianas (Gênova e Veneza), no mar Mediterrâneo, que encareciam muito o preço das mesmas na Europa. Era necessário, portanto, encontrar um novo caminho marítimo para chegar ás Índias (região produtora de especiarias), adquirindo-as por um preço mais barato e evitando a intermediação dos comerciantes genoveses e venezianos. O segundo foi a procura de colônias que pudessem fornecer metais preciosos para cunhagem de moedas na Europa, metais estes em relativa falta na Europa. Este fator seguia o princípio mercantilista do metalismo (ver assunto "mercantilismo").
2) Ciclos de navegação - abordaremos aqui somente os ciclos dos países europeus pioneiros nas grandes navegações, ou seja, Portugal e Espanha.
2.1 - Ciclo português - Portugal fez o ciclo oriental ou périplo africano (contornando a costa Oeste da áfrica)das grandes navegações, ou seja, pretendia chegar ao oriente (Índias, onde ficavam as especiarias) navegando no sentido oriental.
2.2 - Ciclo espanhol - A Espanha fez o ciclo ocidental das grandes navegações, ou seja, pretendia chegar o oriente navegando no sentido ocidental, pois acreditavam na esfericidade da Terra (viagem de circunavegação). Cristóvão Colombo, em 1492, descobriu a América (na verdade, foi apenas um conjunto de Ilhas, no atual Caribe), pensando ter chegado às Índias, tanto assim que chamou seus habitantes de índios. Anos mais tarde, descobriu-se o engano.


Mercantilismo

1) Conceito - chamamos de mercantilismo um conjunto de idéias e práticas econômicas desenvolvidas pelos Estados europeus entre os séculos XV e XVIII e que visavam fortalecer o Estado economicamente e as classes que o apoiavam; 2) princípios ou idéias: a) Metalismo - um país é considerado rico e poderoso se acumulasse o máximo possível de metais preciosos - ouro e prata, pois estes metais eram aceitos em qualquer lugar do planeta. Este princípio era o mais importante do mercantilismo e todos os demais, em maior ou menor grau, giravam em torno dele; b) balança comercial favorável - um país dever exportar mais do que importar, ou seja, ficaria um saldo positivo a favor do mesmo, e este saldo garantiria um acúmulo de metais preciosos no país; c) protecionismo alfandegário - o Estado criava impostos para se importar mercadorias e proteger as mercadorias nacionais da concorrência estrangeira, favorecendo a balança comercial favorável e o princípio do metalismo; d) monopólio de comércio - o Estado garantia somente a companhias de comércio, controladas pela burguesia, o privilégio de somente elas comercializarem determinados produtos, dentro do país, entre os países ou entre o país colonizador (metrópole) e o país colonizado; e) colonialismo - cada país colonizador (metrópole) procurava reservar para si uma área de comércio exclusivo (pacto colonial) que pudesse, caso fosse possível, fornecer outro e prata. Enfim, estes são os princípios gerais do mercantilismo. Cada país criou um mercantilismo próprio


Revoluções Inglesas

Conceito - chamamos de Revoluções Inglesas (alguns historiadores preferem chamar no singular - Revolução Inglesa - por acharem que elas fazem parte de um único processo) um série de Revoltas ocorridas na Inglaterra no século XVII, chamadas genericamente de Revolução Gloriosa e Revolução Puritana (vide livro-texto) e que tem como significado histórico, a limitação do poder absolutista inglês pelo parlamento, formando a chamada monarquia parlamentar ou constitucional, onde o poder absolutista dos reis ingleses foram limitados pelo parlamento. Esta é uma diferença fundamental com o absolutismo francês por exemplo, onde o poder do rei, pelo menos por um certo tempo, não conheceu limites (a critério do aluno, cap. 23)

Absolutismo Monárquico


1) Conceito - chamamos de absolutismo monárquico, um processo de centralização do poder nas mãos do rei, iniciado com a formação das monarquias nacionais - união entre o rei e a burguesia, entre os séculos XV e XVIII, na Europa; 2) Teorias - estas teorias ou idéias são justificativas para o poder absoluto dos reis. São basicamente duas: 1ª) do poder divino dos reis - o poder do rei é sagrado, vem de Deus e portanto, ele está acima das leis, daí seu poder ser absolutos, amplo, teoricamente sem nenhuma espécie de controle, pois o rei deveria justificar seus atos apenas perante Deus. Defendiam esta teoria os pensadores Jean Bodin e Jacques Bossuet; 2ª) do contrato ou do pacto social - o pensador Thomas Hobbes era um dos defensores desta teoria. Segundo ele, os homens, por motivos diversos, viviam em constante estado de guerra ("o homem é o lobo do homem",segundo ele). Para diminuir este problema, os homens cederiam suas liberdades individuais ao monarca (rei) para que ele garantisse a tranquilidade social entre eles, numa espécie de contrato entre os homens e o rei. Atribui-se ao rei francês Luís XIV, conhecido como o "rei Sol", a frase: "O Estado sou eu". Esta frase seria marcada na História como um sinônimo do Estado Absolutista. Observação: na Inglaterra, o poder absolutista foi limitado pela luta entre os reis ingleses e o parlamento, que limitou o poder do rei, formando a chamada monarquia parlamentar ou constitucional, onde o poder do rei é limitado por uma Constituição.

Reforma Religiosa ou Protestante

1) Conceito - chamamos de Reforma Religiosa ou Protestante uma série de reformas na religião católica, na Europa, no século XVI, devido, dentre inúmeras outras coisas, ao mau comportamento de seus membros, como a venda de indulgências(venda do perdão dos pecados) para a reconstrução da basílica de São Pedro, no Vaticano, pelo papa e procurou arrecadar dinheiro vendendo o perdão dos pecados, na Europa. Um clérigo ficou famoso na época, pela seguinte frase: "Quando o dinheiro cai na sacola, uma alma para o ceú decola" (John Tetzel, monge e inquisidor polonês, 1517)
2) Processo histórico - iniciou-se na Alemanha, com Martinho Lutero, que criticou a venda de indulgências, entrando em conflito com o papa Leão X. Adquiriu variações próprias em cada país europeu, de acordo com suas condições históricas. Na França, por exemplo, João Calvino criou a ideologia da predestinação, segundo a qual o ser humano nasce predestinado por Deus à salvação (céu) ou danação (inferno). A riqueza material e a prosperidade econômica seriam um sinal de salvação. A burguesia, classe ligada ao comércio e às finanças, recebeu bem as idéias de Calvino e muitos se converteram ao calvinismo, pois este não proibia o lucro e a usura. A Igreja católica, ao contrário, ameaçava com a excomunhão estas práticas econômicas. Muitos reis apoiaram, disfarçadamente ou não, a Reforma Protestante, pois esta seria uma forma de combater o poder da Igreja católica em seus reinos, inserindo-se a Reforma no contexto político de fortalecimento do poder do rei - o absolutismo monárquico. Em outras palavras, a Reforma Protestante, ao criticar as práticas condenáveis da Igreja católica, enfraqueceu esta última, ajudando, indiretamente o processo de concentração de poderes para os reis.

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