quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Renascimento Comercial e Urbano na Baixa Idade Média (sécs XI a XV) na Europa - resumo

Obs.: recomenda-se ler págs 93 a 95 do livro antes desse resumo, inclusive o mapa da pág. 94.
Feiras- as feiras formaram-se no cruzamento de estradas ou rotas de comércio. Podiam ser locais (já existentes, atendiam somente o próprio feudo)ou nacionais/internacionais.
Cidades- Cidades - formaram-se ao redor de castelos ou mosteiros. Os comerciantes pediam proteção do senhor feudal ou abade. Os senhores feudais cobravam pela proteção oferecida.
Burgo- era uma cidade cercada por uma ou mais muralhas. Seus habitantes ficaram conhecidos por burgueses, que, em linhas gerais eram os comerciantes e os artesãos.
Corporações de ofício- eram associações de trabalhadores do mesmo ramo de ocupação. Funções: estipular salário do trabalhadores, preço dos produtos dos artesãos e fiscalizar a qualidade dos mesmos. A produção era artesanal, feita à mão. O artesão era dono do local de trabalho, da matéria-prima, das ferramentas e do dinheiro da venda do seu produto. Sua atuação se restringia à cidade onde se estabeleciam. Todo artesão deveria seguir as normas de sua corporação.
Hansas- eram associações de comerciantes de várias cidades que objetivavam defender seus interesses econômicos em uma região. Ex.: Liga Hanseática ou Hansa teutônica (alemã). Monopolizava o comércio marítimo de mercadorias no mar do Norte e no mar Báltico.
Cartas de Franquia- às vezes, os senhores feudais abusavam do poder na administração das cidades, como por exemplo, aumentando de forma abusiva os impostos. As cartas de franquia eram documentos que davam autonomia para os burgueses (comerciantes de artesãos) administrarem as cidades e eliminarem ou diminuirem a influência dos senhores feudais. Eram conseguidas de forma pacífica ou pelo uso da força. Às vezes, o próprio rei, interessado em reduzir o poder local desses nobres, concedia este documento.

Revisão provão 3º bimestre - Transição Idade Média/Idade Moderna

Renascimento Cultural

01 - Conceito - Chamamos de Renascimento Cultural, um movimento artístico-científico de caráter urbano, nos séculos XIV a XVI, na Europa.
02 - Características - antropocentrismo: o homem é o centro do universo; humanismo: valorização do ser humano; racionalismo: o homem é capaz de interpretar e conhecer a natureza; naturalismo: o homem deve voltar e valorizar a natureza; hedonismo: prazer individual como o único possível; neoplatonismo: busca uma "aproximação com Deus", por meio da interiorização da busca espiritual, acima de qualquer busca material. Não foi, porém, uma simples cópia da cultura greco-romana, embora o Renascimento Cultural nela se inspirasse , mas uma adaptação desta cultura à cultura européia da época do Renascimento.
03 - Contraposição ao teocentrismo da Idade Média, embora as artes fossem influenciadas pela Igreja.
04 - Mecenas - eram as pessoas que financiavam e pagavam os artistas pelas obras de arte. Exs: comerciantes e papas. A maioria dos artistas do renascimento eram profissionais que viviam de suas atividades.

Grandes Navegações

1) Fatores - os fatores ou, de certa forma, as causas das grandes navegações ou expansão marítima e comercial européia, a partir do século XV, podem ser resumidas em dois. O primeiro foi a tentativa de romper o monopólio comercial das especiarias (produtos de alto valor comercial)das cidades italianas (Gênova e Veneza), no mar Mediterrâneo, que encareciam muito o preço das mesmas na Europa. Era necessário, portanto, encontrar um novo caminho marítimo para chegar ás Índias (região produtora de especiarias), adquirindo-as por um preço mais barato e evitando a intermediação dos comerciantes genoveses e venezianos. O segundo foi a procura de colônias que pudessem fornecer metais preciosos para cunhagem de moedas na Europa, metais estes em relativa falta na Europa. Este fator seguia o princípio mercantilista do metalismo (ver assunto "mercantilismo").
2)Ciclos de navegação - abordaremos aqui somente os ciclos dos países europeus pioneiros nas grandes navegações, ou seja, Portugal e Espanha.
2.1 - Ciclo português - Portugal fez o ciclo oriental ou périplo africano (contornando a costa Oeste da áfrica)das grandes navegações, ou seja, pretendia chegar ao oriente (Índias, onde ficavam as especiarias) navegando no sentido oriental.
2.2 - Ciclo espanhol - A Espanha fez o ciclo ocidental das grandes navegações, ou seja, pretendia chegar o oriente navegando no sentido ocidental, pois acreditavam na esfericidade da Terra (viagem de circunavegação). Cristóvão Colombo, em 1492, descobriu a América (na verdade, foi apenas um conjunto de Ilhas, no atual Caribe), pensando ter chegado às Índias, tanto assim que chamou seus habitantes de índios. Anos mais tarde, descobriu-se o engano.

Formação das Monarquias Nacionais na Europa

O processo de formação das monarquias nacionais na Europa, iniciou-se aproximadamente a partir da Baixa Idade Média (início do século X) e obedeceu, em linhas gerais, a união entre o rei e a burguesia, ou seja, a classe que, graças ao renascimento comercial e urbano, foi se enriquecendo com o crescimento do comércio na Europa, permitido pela maior circulação de mercadorias na mesma, possibilitada, entre outras, pelo rompimento do domínio muçulmano de muitas cidades e rotas comerciais entre a Europa e o Oriente. Este domínio criava dificuldades para a vinda de mercadorias do oriente para o ocidente, conforme vimos no assunto Renascimento Comercial e Urbano.
O processo, apesar de muito simplificado na forma como está aqui, ocorreu da seguinte forma: de um lado, o rei, querendo recuperar e concentrar o poder político que, conforme vimos nas aulas sobre características do feudalismo, era dividido, enfraquecido pelo poder locar dos senhores feudais e pelo poder universal (em toda a Europa)da Igreja católica. Do outro estava a burguesia, que desejava leis únicas e moeda única em todo o país (Na época feudal, não havia uma idéia de nação, nacionalidade e país - geograficamente falando, de forma forte, como existe hoje), dentre outras coisas. De que forma ocorreu esta união rei-burguesia, na prática? A burguesia financiou (emprestou dinheiro) ao rei ou até deu dinheiro ao mesmo, para que ele montasse uma burocracia de Estado forte, que, por exemplo, cobrasse impostos dos senhores feudais, que, apesar de respeitar o rei, não acatavam todas as suas ordens. Além disso, o rei montou também um exército forte e nacional que "intimidasse" os senhores feudais, e "obrigasse" os mesmo a obedecer as ordens do rei. E o que a burguesia exigiu em troca? Tranquilidade para seus negócios como, por exemplo, moeda e leis únicas em todo o país, que facilitassem suas transações comerciais e seus interesses econômicos. Só uma pessoa poderia fazer isto. Quem? O rei . Mas como fazer isto sem dinheiro? A burguesia entrou com a grana e o rei pode, então fazer tudo isto anteriormente citado.
Portanto, interesses políticos (do rei) e econômicos (da burguesia) levaram a este processo de união entre o rei e a burguesia, resultando, portanto, na formação das monarquias nacionais. Antes, tínhamos, aquilo que alguns historiadores chamam de monarquias feudais. Por quê? Eram monarquias feudais porque o poder do rei se limitava, em linhas gerais, ao seu próprio feudo. É claro que, em parte, isto é um exagero, pois o poder do rei estende-se a todo o país, embora limitado pelo poder local dos senhores feudais, os chamados particularismo feudais. Em linhas gerais, rei e burguesia se opuseram aos senhores feudais (nobreza) e clero (Igreja católica). É claro que, conforme ressaltamos no início do texto, isto é um modelo teórico, pois, por exemplo, quando se tratasse de reprimir uma revolta dos camponeses (servos), todos se união contra ela (a revolta). E para reprimir isto, nada melhor do que um rei com poder forte e centralizado.

Mercantilismo

1)Conceito - chamamos de mercantilismo um conjunto de idéias e práticas econômicas desenvolvidas pelos Estados europeus entre os séculos XV e XVIII e que visavam fortalecer o Estado economicamente e as classes que o apoiavam; 2) princípios ou idéias: a) Metalismo - um país é considerado rico e poderoso se acumulasse o máximo possível de metais preciosos - ouro e prata, pois estes metais eram aceitos em qualquer lugar do planeta. Este princípio era o mais importante do mercantilismo e todos os demais, em maior ou menor grau, giravam em torno dele; b) balança comercial favorável - um país dever exportar mais do que importar, ou seja, ficaria um saldo positivo a favor do mesmo, e este saldo garantiria um acúmulo de metais preciosos no país; c) protecionismo alfandegário - o Estado criava impostos para se importar mercadorias e proteger as mercadorias nacionais da concorrência estrangeira, favorecendo a balança comercial favorável e o princípio do metalismo; d) monopólio de comércio - o Estado garantia somente a companhias de comércio, controladas pela burguesia, o privilégio de somente elas comercializarem determinados produtos, dentro do país, entre os países ou entre o país colonizador (metrópole) e o país colonizado; e) colonialismo - cada país colonizador (metrópole) procurava reservar para si uma área de comércio exclusivo (pacto colonial) que pudesse, caso fosse possível, fornecer outro e prata. Enfim, estes são os princípios gerais do mercantilismo, que variam de historiador para historiador. Cada país criou um mercantilismo próprio (vide livro-texto).


Revoluções Inglesas

Conceito - chamamos de Revoluções Inglesas (alguns historiadores preferem chamar no singular - Revolução Inglesa - por acharem que elas fazem parte de um único processo) um série de Revoltas ocorridas na Inglaterra no século XVII, chamadas genericamente de Revolução Gloriosa e Revolução Puritana (vide livro-texto) e que tem como significado histórico, a limitação do poder absolutista inglês pelo parlamento, formando a chamada monarquia parlamentar ou constitucional, onde o poder absolutista dos reis ingleses foram limitados pelo parlamento. Esta é uma diferença fundamental com o absolutismo francês por exemplo, onde o poder do rei, pelo menos por um certo tempo, não conheceu limites.

Absolutismo Monárquico


1)Conceito - chamamos de absolutismo monárquico, um processo de centralização do poder nas mãos do rei, iniciado com a formação das monarquias nacionais - união entre o rei e a burguesia, entre os séculos XV e XVIII, na Europa; 2) Teorias - estas teorias ou idéias são justificativas para o poder absoluto dos reis. São basicamente duas: 1ª) do poder divino dos reis - o poder do rei é sagrado, vem de Deus e portanto, ele está acima das leis, daí seu poder ser absolutos, amplo, teoricamente sem nenhuma espécie de controle, pois o rei deveria justificar seus atos apenas perante Deus. Defendiam esta teoria os pensadores Jean Bodin e Jacques Bossuet; 2ª) do contrato ou do pacto social - o pensador Thomas Hobbes era um dos defensores desta teoria. Segundo ele, os homens, por motivos diversos, viviam em constante estado de guerra ("o homem é o lobo do homem",segundo ele). Para diminuir este problema, os homens cederiam suas liberdades individuais ao monarca (rei) para que ele garantisse a tranquilidade social entre eles, numa espécie de contrato entre os homens e o rei. Atribui-se ao rei francês Luís XIV, conhecido como o "rei Sol", a frase: "O Estado sou eu". Esta frase seria marcada na História como um sinônimo do Estado Absolutista. Observação: na Inglaterra, o poder absolutista foi limitado pela luta entre os reis ingleses e o parlamento, que limitou o poder do rei, formando a chamada monarquia parlamentar ou constitucional, onde o poder do rei é limitado por uma Constituição.

Reforma Religiosa ou Protestante

1) Conceito - chamamos de Reforma Religiosa ou Protestante uma série de reformas na religião católica, na Europa, no século XVI, devido, dentre inúmeras outras coisas, ao mau comportamento de seus membros, como a venda de indulgências(venda do perdão dos pecados) para a reconstrução da basílica de São Pedro, no Vaticano, pelo papa e procurou arrecadar dinheiro vendendo o perdão dos pecados, na Europa. Um clérigo ficou famoso na época, pela seguinte frase: "Quando o dinheiro cai na sacola, uma alma para o ceú decola" (John Tetzel, monge e inquisidor polonês, 1517)
2) Processo histórico - iniciou-se na Alemanha, com Martinho Lutero, que criticou a venda de indulgências, entrando em conflito com o papa Leão X. Adquiriu variações próprias em cada país europeu, de acordo com suas condições históricas. Na França, por exemplo, João Calvino criou a ideologia da predestinação, segundo a qual o ser humano nasce predestinado por Deus à salvação (céu) ou danação (inferno). A riqueza material e a prosperidade econômica seriam um sinal de salvação. A burguesia, classe ligada ao comércio e às finanças, recebeu bem as idéias de Calvino e muitos se converteram ao calvinismo, pois este não proibia o lucro e a usura. A Igreja católica, ao contrário, ameaçava com a excomunhão estas práticas econômicas. Muitos reis apoiaram, disfarçadamente ou não, a Reforma Protestante, pois esta seria uma forma de combater o poder da Igreja católica em seus reinos, inserindo-se a Reforma no contexto político de fortalecimento do poder do rei - o absolutismo